25 de setembro de 2010

Mistura matinal

Estou cercada de ternos e gravatas
com fone de ouvidos para emudecer os ouvidos.
Tu.Tu.Tu.
Dentro de uma serpente viva levando gente morta.
Em um metal gelado que corre nos trilhos,
com pessoas geladas que correm atrás de emprego.
Pela janela sinto o céu de brigadeiro.
Mentira.
Não é verdadeiro.
Não há céu e  nem mais canteiro.
Só há terra se quebrando por concreto.
Só há concreto se juntando a terra.
Só há concreto se rachando. 
Disseram que o mundo ia acabar,
mas não acabou.
O mundo não, 
os bípedes, sim! 
                (Selenita e Amora)

2 comentários:

  1. Oiiia',. eu Gostei hein! *-* precisamos escrever mais nos tédios das manhãs lotadas de ombros em cima da gente! hohohohoho (interna) rs

    ResponderExcluir
  2. manhas de trem lotado, cheiro de gente e uma sensação de que nada mais é importante a não seu os olhares

    ResponderExcluir