18 de agosto de 2010

Aquela ruazinha

É apenas mais uma rua no mundo. Sim, isso é. Mas, olhando bem é o mundo todo em uma só rua, de várias vias. O horário não é tão importante, pois a constância desses seres movíveis é que lhe dão esse balanço tão singular, coletivo.

São tantas caras, pernas e braços, que não há lugar para se incomodar com os esbarrões [APROVEITE-SE DELES]. É clara. Escura. É vida. Som e silêncio. Dá-se tempo pra sonhar, mesmo atravessando o semáforo com passos longos e apressados.

Dá-se tempo pra parar, olhar e ser olhado. Ouvir e ser ouvido. Mas, impossível não sair admirado. Tamanha é sua beleza com variáveis montanhas de concreto e minúsculos bonecos muito bem feitos, entrando e saindo, saindo e indo.
 
É frenético. É calmaria. É música, rock n' roll ao ar livre. Fumaça de AUTO- móvel, cigarro e braço de árvore em calçada quebradiça – tão urbano quanto natural. Viagens transversais sem ponto de chegada, pois a saída é bem ali, descendo as escadarias: Metrô Brigadeiro, Trianon ou Consolação. Bem – vindo, essa é a Av. Paulista, o coração pulsante adolescente inconseqüente de São Paulo.

Um comentário:

  1. Me arrisco a dizer que cado post seu vc consegue expressar com poucas palavras milhões de pensamentos: são os pensamentos que voam pelas casas, pelas ruas e avenidas, mas poucos conseguem capitar com sensibilidade os simples detalhes de um dia, uma hora, um segundo na cidade, e me arrisco a ir mais longe e dizer que esse texto me lembrou o clima de will Eines e sua Avenina Dropsie.

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