27 de fevereiro de 2011

Selenitas órfãos

Estrelas pintadas de hélio brilhavam forte no quadro negro da sala acima. Pude ver o brilho ardente daquela estrela morta há anos-luz, chegando vagarosamente até mim e iluminando outra vez mais meus pensamentos e, por que não, meus sentidos.

Corpos celestes apenas se entrelaçam em meio ao universo de uma noite sem fim. Noites não dormidas dão espaço aos sonhos de noites pretéritas. Selenitas órfãos se encontram e de novo realizam uma semicircunferência na Lua que, agora, cresce como um dia a pequena menina teve que crescer.

Mas, mesmo os corpos celestes, também fazem resistência aos seus mais intrínsecos anseios. Agora madura, ela cansou de esperar por aquele que parecia nunca mais te alcançar. Mal sabia ela que ele corria tumbaleante entre os pedaços de estrelas que impediam sua passagem. Porém, mal sabia ele que nas estrelas cadentes que o impediam de chegar, ela pedia, incansavelmente, que ele chegasse antes dela partir.

Pude então, seja pela Lua ou pelo Sol, enxergar de olhos cerrados. O que os olhos não veem o coração sente, sim! 

Um comentário:

  1. caraca, você tava no quintal olhando o céu noturno quando escreveu isso? eu gostava muito de fazer isso. sempre me inspirava.

    deve ter inspirado você também =]

    abraço

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