13 de setembro de 2011

A tautologia das lagartas

A tautologia das lagartas gigantes às vezes me cansa os ouvidos, às vezes me deixa perplexa e noutras fico me sentindo lagarta. Largada. Erguida. Assovio alto para as cobras que, com certeza, estão à espreita. Elas vêm de forma rasteira, mas no meio do sonho eu sempre as mato com a ponta dos dedos. E, daí, como numa confusão de sentidos eu descubro que ainda estou dormindo.  Continuo de olhos fechados. Finjo para meu inconsciente que estou dormindo, para ver o que ele pode fazer. Eis que percebo que meu inconsciente sou eu também, tentando mais uma vez me enganar nas tautologias das lagartas. 

Já conversaste alguma vez com uma lagarta? Eis que o enrolar de vossos corpos podem nos trazer imensos ensinamentos. Devagarinho, a lagarta se fecha todo consigo mesma para então conseguir caminhar. Depende dela, apenas dela este ato dolorido, mas que no final traz um alívio singelo. Singelo aos nossos olhos. Eis um alívio grandioso o fato de se embrulhar dentro de si e sozinho conseguir se encontrar, achar e caminhar. 

Ando aprendendo muito com a tautologia das lagartas! 

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