8 de janeiro de 2012

Moinho de mim

Abraço dado ao ar gelado
Se vai com o tempo
O mar salgado
Cria vela
Vela o morto.

Na madrugada de pedra dada
Tapa-se  a lua com a peneira
Pra ver mais uma vez
Que eclipse lunar
Em costa alta
Faz olhar puro virar penumbra.

E braço e perna vão se embora
Como tudo que demora
Numa rua cochilando
De zóio aberto caindo aos pranto

“Dia desses eu passo lá
Dou um abraço no pai, nas vizinha e tudo mais
Dia desses eu volto aqui,
Vejo ocê, pego minhas coisa e vou sumi”

E depois de abraçar o mundo
Volto sempre pro moinho. 
De pedra. De escárnioo.
Moinho de mim... 
Moído.
Ardido em chamas de fumaça 
caídas naquela praça de desgraça! 



Um comentário:

  1. Em abraço dado não se olha os dedos.
    É com vento que o Moinho gira,
    É o coração que ele tritura.

    é bom comer ração deste moinho e deixar o amor dentro do corpo, mesmo se for em pedaços.

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