13 de abril de 2011

A dúvida é a certeza da ilusão?

A dúvida é a certeza da ilusão. Iludir-se não quer dizer necessariamente sofrer. Mas se iludir, apenas. O platonismo é uma parte desse sentimento inacabado. Projeções soltas pelo ar fundindo-se com castelos de areia, que parecem que a todo tempo irão desabar.

Paro meus sentidos todos a ouvir os ponteiros do relógio, e nessa busca eu acabo percebendo o compasso do meu próprio tempo. E, assim, tempo e dúvida se contrapõem, como as células do corpo nascem e morrem a todo tempo.

O meu tempo não é necessariamente o tempo do outro. Não podemos exigir de ninguém que acompanhe nosso compasso. Minha voz aguda talvez não possa acompanhar a sua tenor. Mas, assim como a música supõe, podemos nos arranjar e re-arranjar, deixando nosso campo minado de harmonia mais uma vez.

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