6 de julho de 2011

De quando concretizo ideias de forma idílica

Quando sinto sua falta, eu idealizo minhas ideias e as concretizo de forma idílica, de maneira que apenas você consegue entender. Quando sinto sua falta, eu cerro os olhos, para de novo relembrar o que nunca deixo de esquecer.

Quando sinto sua falta, eu abro olhos, para enxergar as nuvens que se desfazem como gotas d’água pelo asfalto, as quais podem ser as mesmas que  por seus caminhos passaram. Quando penso em você, eu não penso. Eu sinto. E quando sinto sua falta, eu não sinto, eu penso. E percebo que sua falta sim não precisa ser sentida, porque você permanece dentro de mim.

Quando eu sinto sua falta, eu me aperto dentro de mim mesma, para talvez lembrar a última vez que esteve em meu corpo. Para talvez lembrar que venho desconstruído todos  os conceitos que já conhecia sobre o ato de conhecer, sentir e querer.

Quando sinto sua falta, eu externalizo todos os meus sentidos. Paladar. Tato. Olfato.Ver. Ouvir. Para talvez tentar trazer para o lado de fora os vestígios dos teus, que em vez de morrerem, multiplicam-se a cada instante.

Quando penso em você, eu percebo que nunca escrevi uma história tão intensa. E que, talvez, nunca tenha lido nenhuma que me prendesse tanto e me fizesse pensar de (tantos) diferentes ângulos. E nenhuma que me fizesse querer lê-la a cada dia mais e mais. Você é aquela história que me salta aos olhos, com personagens que invadem todos os meus neurônios e me fazem, no meio do dia, fugir de toda a realidade, para viver no mundo que eu sempre quis.

Você é aquele livrinho de cabeceira, que chamamos pelo diminutivo não para diminuir, mas para termos sempre à mostra, para que ninguém possa rabiscar ou levar embora.

É como se o intervalo de tempo que separa uma nota da outra não mais existisse, e todos os tons se dividissem ao meio, unindo-se como  meus neurônios se unem,  quando refletem em meus olhos as vibrações dos meus batimentos. Tornando aquele misto de pupilas saltando aos olhos sem nada ver aos olhos querendo enxergar o que ainda não consigo entender. E, por conta disto, eu ainda fico aqui escrevendo. 

"Quando penso em você, só penso em você".

3 comentários:

  1. Tem muita coisa aqui que só ele vai entender.
    Mas concerteza muitos irão se identificar.

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  2. Muito bom o seu blog, menina,
    Parabéns!

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  3. Legal, gostei. Especialmente dessa parte: "Quando sinto sua falta, eu externalizo todos os meus sentidos. Paladar. Tato. Olfato.Ver. Ouvir. Para talvez tentar trazer para o lado de fora os vestígios dos teus, que em vez de morrerem, multiplicam-se a cada instante.". Demais, o mais original e central em seu texto!

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