6 de agosto de 2012

Dos cheios de vazio

Eu tinha me esquecido dos ecos do metrô. Tão dolorido quanto o silêncio de quem nele vai. A máquina é só o efeito dos sentidos dos que a conduzem, alimentam e ocupam. Muitas vezes, um corpo com espírito é muito mais mecânico que um grande esqueleto de ferro bruto. Às vezes, alguns olhares voam longe. Mas basta um pestanejar e tudo, outra vez, torna-se vazio. Mesmo estando tão completo. Tão perto. Tão sufocado.

E o grito estridente arranha ou ouvidos. Mas, ao que se nota, isso é apenas a vontade de sair voando, quando só se pode rastejar.

O que vejo de minha janela? Nada. Mas o nada me conforta, quando as portas se abrem e um nova escada se apresenta diante de mim. São tempos de subidas cada vez mais íngremes. Ora se está abaixo do baixo, ora, abaixo de mim. E aí, já não sei se volto ou se vôo.


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