16 de agosto de 2013

Esse meu olhar de bala

E meu olhar, agora, é só uma câmera fotográfica assistindo ao longe mais um corpo passando. E a minha mente se confunde com os livros na estante e com as multidões correndo de balas, de gás, e de outras gentes. Busco de forma incessante uma saída, uma forma de dizer chega! de dizer basta! mas o meu grito sozinho, é só uma sílaba flutuando num ar sufocante, que, pra ser frase inteira, precisa de mais, de muitos, de todos. Recuo. Avanço. Recuo outra vez. Lembro dos livros, das frases de paz, a não-violência, a firmeza permanente. A confusão remonta inteira em cima de mim. Pra onde é que estamos indo? E será que este é mesmo o caminho? E se a gente tentasse fazer diferente? Mas e se ninguém nos olhar, mais uma vez? Meu grito sozinho é só uma sílaba, recordo. E aí, numa rua sem saída, eu me encurralo em minhas ideologias. Se não tenho a melhor via, junto-me aos demais. 'Morremos no caminho, mas não a sós'. (inspirado dolorosamente nas manifestações de junho de 2013).  

Um comentário:

  1. "... De peito aberto tive medo de dizer a todos que remavam contra que estavam no caminho errado. Preguiça de virar e acompanhar o sentido. Mas ainda com receio de ficar no meio do caos..."

    ResponderExcluir