13 de dezembro de 2015

Histórias de trem: o equilibrista

Hoje, em histórias de trem
"Você se equilibra bem", disse, meio baixa, uma voz que vinha do meu ombro direito. "É a necessidade, moço". Ser baixinha no trem lotado exige certas habilidades. "É só olhar para um ponto fixo e manter o joelho flexionado, na posição neutra. Pronto". Tentou uma, tentou duas. "No trem eu não consigo, mas eu conseguia me equilibrar quando andava a cavalo na minha cidade natal, mesmo baixinho, eu não caía, acredita?". E eu, que nem dou corda às prosas trenziárias, perguntei se ele ainda continuava se equilibrando em meio à correria de São Paulo. "Sim, sim, vou ali no Parque da Água Branca, lá tem cavalo"! Nessa hora, meu destino chegou. "Tchau. Tchau. Boa sorte". Saí empurrada pela multidão. Por pouco não caí. Às vezes, o equilíbrio se perde, assim, num simples vão que separa o trem da plataforma.

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