13 de dezembro de 2015

Rústico

Tudo está, ainda, onde estava. As cadeiras, emadeiradas, envelheceram, há de se dizer.O chão rústico, vermelho, não é nada além de escorregadio, assim como todos que vêm passando, indo. Mas tudo está firme, assim como aquela raiz de mamão que se envolveu nos canos do quintal. Arrancada à forceps, sinto que ainda há seu cheiro quando passo por lá. Cheiro de mamão verde, misturados aos pés de couve, ao milharal que há muito já não existe. Recolho as poucas raízes que restam. Finas, curtas, sinto que a cada dia que passa elas se dissolvem ainda mais. O concreto cobre, duramente, cada uma das poucas aberturas deixadas. Receio que nunca mais encontrarei brechas para novas plantações, enquanto seguro com todas as garras as sementes que esqueceram em minhas mãos. Hão de encontrar terreno, eis de ser apenas uma questão sazonal.

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