13 de dezembro de 2015

O menino, a pipa, a tia

Daqui da janelinha grudada à antiga porta de madeira, vejo o tempo que corre na rua pelas pernas do menino que acabou de perder a pipa; pelas mãos que não se cansam, nunca, de desbicar cuidadosamente a pipa que vai, dançante, no céu. Até que um outro moleque chegue, corte, derrube, o sonho pairado no ar, que tem tido, nos últimos dias, um destino certeiro: o quintal azul. "ô, tia, pega a pipa que caiu ali pra mim?". "Uma caixa de chocolate de natal, então". "Demorou, tia", e sai, sabendo que, em 5 minutos, volta gritando.

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