A noite nos surpreende. Seja nos sonhos ou na insônia. Aliás, chega uma hora que a insanidade de se manter vivo se mistura tanto à insônia que tudo parece um punhado de sonhos lúcidos. E esta mesma insanidade de se manter vivo é o desejo de querer, um dia, voltar a ter a mente vazia que tem uma criança ao brincar.
Depois que nos alongamos, encurtamos o tempo no espaço e vagamos por pensamentos sem fim. E a mente? Ah, esta nos mente a toda hora. Principalmente, quando observamos o nosso próprio ato de “mentir”.
A palavra “ mentir”, aqui, tem não só o efeito da mentira, mas sim da própria mente exposta ao ato de pensar. Tenho pra mim que, se existe o verbo pensar, que vem de pensamento, em minha mente há de haver o verbo “ mentir”, advindo de mente.
Então, o ato de usar a mente é “ mentir”. A toda hora nós mentimos. Mentimos estar feliz. Bravo. Corajoso. Fraco. Mas o próprio fato de mentirmos, já demonstra quão verdadeiro somos nós e o que chamamos de existência.
Se minto, existo.
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