É que saudade é um desses bichinhos que passam despercebidos
pela pele, que quando a gente vê já queimou e vai arder por um bom tempo.
É dessas mariposas que teimam em rondar em minha cabeça. E
gira, gira, até eu fingir que elas já não estão mais por perto. Mas basta um
acender de luzes e lá estão todas elas outra vez.
É que saudade deve ser também um desses bichos que não morrem
nunca, só se degeneram, feito lagartixa que perde o rabo.
Saudade deve ser aquele outro bicho que rói defunto. E vai
comendo devagarinho, devagarinho, até não sobrar a gente, nem saudades.
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