Lembro-me da segunda vez que acompanhei minha mãe em uma
eleição. O ano era 2000 e o sistema de contabilização já era por meio de urnas.
Pedi para entrar junto com ela na cabine. Ela deixou. E não hesitei em pedir
pra apertar o botão. Depois, sai contando a todos os primos que eu tinha votado
e, não sei por que, aquilo me fazia se sentir de alguma forma melhor que eles.
“Sou criança e já votei”! Que ilusão!
E em outros anos eu também a acompanhei. Até que eu, em
2008, fui a campo, fui pro embate e pro debate político, e também apertei o
botão verde. Sim, o verde. Acho perda de tempo sair de casa em um domingo de
Sol (quase toda eleição cai num domingo de Sol) pra votar nulo ou branco. Não
acredito que voto assim seja forma de protesto ou indignação. Pra mim,
revolução é votar e voltar. Votar com consciência e voltar para si mesmo, refletindo
sobre o seu próprio papel enquanto cidadão.
Acredito que seja difícil se perceber como parte de algo tão
grande, como é a cidade de São Paulo. Às vezes, anulam nossa existência, nos
apequenam, fazendo-nos sentir impotente diante de grandes decisões, como são as
eleições.
Assim, espero que nessas eleições, cada eleitor seja um
torcedor fanático pelo seu time. Não aceite arbitrariedades dos juízes ou
desleixo dos técnicos. Que vigie seu jogador preferido e não aceite de cabeça
baixa aquela falta desnecessária. Que acompanhe cada passe do elenco em campo e
participe da discussão, mesmo depois da partida.
E, por fim, desejo que seu time se chame SOCIEDADE e que seu
voto seja um GOL de responsabilidade, maturidade e cidadania!
E que, mais do que o apertar o botão que gerava a
curiosidade da criança do passado, que o ato de votar seja UMA das formas de se
fazer a transformação que queremos!
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