7 de outubro de 2012

VO(l)TAR

São 8h da manhã. Meus familiares já estão todos a postos para ir às urnas. Eles preferem acordar cedo, em vez de pegar uma grande fila no final da tarde. E, logo pela manhã, a discussão já rola solta. Os exemplos personalistas tomam conta, enquanto eu viro a vilã da história da minha casa. Meus pais nunca foram militantes de alguma causa. Só a nossa mesmo, a da sobrevivência. Que já é uma baita causa. Nunca os julguei por isso. Mas, sei lá, desde criança eu sou a chata dos questionamentos, das poesias em beira de estrada e do “Eu quero VOTAR”.

Lembro-me da segunda vez que acompanhei minha mãe em uma eleição. O ano era 2000 e o sistema de contabilização já era por meio de urnas. Pedi para entrar junto com ela na cabine. Ela deixou. E não hesitei em pedir pra apertar o botão. Depois, sai contando a todos os primos que eu tinha votado e, não sei por que, aquilo me fazia se sentir de alguma forma melhor que eles. “Sou criança e já votei”! Que ilusão!

E em outros anos eu também a acompanhei. Até que eu, em 2008, fui a campo, fui pro embate e pro debate político, e também apertei o botão verde. Sim, o verde. Acho perda de tempo sair de casa em um domingo de Sol (quase toda eleição cai num domingo de Sol) pra votar nulo ou branco. Não acredito que voto assim seja forma de protesto ou indignação. Pra mim, revolução é votar e voltar. Votar com consciência e voltar para si mesmo, refletindo sobre o seu próprio papel enquanto cidadão.

Acredito que seja difícil se perceber como parte de algo tão grande, como é a cidade de São Paulo. Às vezes, anulam nossa existência, nos apequenam, fazendo-nos sentir impotente diante de grandes decisões, como são as eleições.

Assim, espero que nessas eleições, cada eleitor seja um torcedor fanático pelo seu time. Não aceite arbitrariedades dos juízes ou desleixo dos técnicos. Que vigie seu jogador preferido e não aceite de cabeça baixa aquela falta desnecessária. Que acompanhe cada passe do elenco em campo e participe da discussão, mesmo depois da partida.

E, por fim, desejo que seu time se chame SOCIEDADE e que seu voto seja um GOL de responsabilidade, maturidade e cidadania!

E que, mais do que o apertar o botão que gerava a curiosidade da criança do passado, que o ato de votar seja UMA das formas de se fazer a transformação que queremos!

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