A fresta da janela não negava que o dia havia se aproximado. Enquanto isso, o Outro lado da Lua se afastava cada vez mais. Mostrando que há corpos celestes incompatíveis demais tentando ocupar um mesmo espaço.
E se tudo, no fim, vira poesia, o que fora escrito ali não era senão o reverso do verso. Uma estrofe sem rima. E umas rimas tão pobres quanto as circunferências daqueles planetas distantes.
E aquele satélite que, outrora, havia estado cá dentro, agora era só longitude. Agora, era SÓ e SÓ era. Nebulosa de absorção. Suga brilho e se esconde atrás de outras, difusas, planetárias, reflexivas.
Luas minguantes aceitam, sim, matéria que as preencham. Mas, ao crescer, logo se enchem e mandam tudo de volta pro universo.
Nebulosa
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