28 de novembro de 2012

Nem todo ranking é regra

Reflexão de uma ex-estudante de ensino médio!

Falar de ENEM, pra mim, é relembrar os tempos de ensino médio. No meu caso, na Etec Basilides de Godoy, lugar onde aprendi muito mais que fórmulas, aprendi a SER. Isso, a ser. A ser menos hipócrita. A ser menos preconceituosa. A ser menos cabeça fechada. A ser menos acomodada com os males todos que nos circundam. A ser gente 
grande, já que, dali em diante, esse seria o destino. 

Mas, vamos ao ENEM. 

Então, lembro que, em minha época, o BG era uma das melhores escolas da capital. E todo mundo sempre ficava muito ansioso aguardando o ranking das escolas, pra saber se havíamos passado as outras ETECS ou colégios particulares da cidade. E a coordenadora fazia questão de grudar em todas as paredes azuis daquela escola uma folha com o nome "Basilides de Godoy", para que, assim, os alunos se orgulhassem de estudar em uma das “TOP 10” de São Paulo.

Em um ano, fomos 3º lugar, noutro 4º. Sempre por aí. Até que, em 2008, chegou a vez da minha turma. Que coisa. Fui mal pra caramba no ENEM. Me senti péssima. Afinal, eu tava na TOP10, né? E, com essa nota baixa, veio também os reveses. Não passei na USP naquele ano e muito menos consegui entrar em uma das melhores universidades particulares pelo PROUNI. Foi um período delicado, já que boa parte das minhas expectativas haviam ido pro brejo. Foi aí que sai á procura do cursinho pré-vestibular popular do meu bairro - Perus - e foi lá que conheci, de fato, o lugar onde moro. Descobri histórias atrás dos noticiários que só o tratavam como lugar perigoso, favela, etc e tal. E descobrindo sobre o lugar, eu me descobri. Que coisa. De pensar que tudo tava dando errado, hoje acho que o ENEM escreveu torto por linhas tortas. Por que digo isso? 

Pois daqui seis meses eu me formo em Jornalismo. E, por incrível que pareça, meu trabalho de conclusão de curso será um livro-reportagem pra falar sobre Perus, sobre a história de uma fábrica abandonada, de uma greve de sete anos e de uns senhores que trabalharam pra caramba na construção dessa cidade. Peraí. E o ENEM? Aí que o ENEM só me fez crescer mais. Me ensinou que nem todo plano dá certo e que nem todo ranking é regra. 

Vamo que vamo!

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