Os meninos de lata também vão de trem
Ferro bruto. Bruta a vida, do menino que pinta de alumínio a face esquecida. No vagão, vagueia cambaleando por entre as tantas gentes, as tretas. Moço, dá um níquel, também de alumínio, nas mãos do menino. Cinquenta centavos, um real, esse montante é pro natal. Paro, pergunto seu nome, sua idade, o sorriso se abre pela metade. Pequeno no tamanho, grande na fala, "sou do tamanho daquilo que sonho", já dizia Fernando. E no outro dia, vejo de novo, os meninos latas, entregando, pouco a pouco, as moedas enferrujadas por um hambúrguer no bobs, um canudinho, uma coca em lata.
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