8 de setembro de 2015

New words

Faz algum tempo que deixei as palavras de lado pra aprender outras novas. Percebi que quando estou entregue à intensidade das horas, meu lápis se mantém em silêncio. Isso tudo para que as ideias que, constantemente, dançam em minha mente, se perpetuem e, quem sabe um dia, saiam também para dançar, numa folha de papel ou em uma tela qualquer. Estou vivendo os momentos do mesmo modo curioso que me pego olhando os semáforos todos fechados do cruzamento de minha casa. São quase 30 segundos de respiro, não dos carros, não das gentes. São quase 30 segundos de não ter o que fazer em meio ao caos que invade o meio da cidade. São quase 30 segundos pra não saber se vai ou se fica, se corre ou se pega o bicho. São quase 30 segundos da rua, pra rua e com a rua. Não me pergunte, não sei dizer, são quase 30 segundos pra deixar o vento correr pelos olhos. Depois, como na brincadeira da estátua, tudo volta ao normal: o tráfego, os ruídos, os olhos escondidos atrás do capuz escuro.
(Dublin, 2014)

Nenhum comentário:

Postar um comentário